Rick Troula

THOR
Começo pelo melhor dos títulos desse relançamento. Escrito por Jason Aaron e com arte e capas de Esad Ribic, Thor é o mais completo interessante gibi do Marvel Now. A história do deus do Trovão enfrentando um serial killer de deuses é animalesca. Aaron, de quem eu já gostara do trabalho em Wolverine Weapon X e principalmente Scalped, conta a batalha em três momentos da vida de Thor explorando a imortalidade dele da melhor maneira. Gorr, o vilão, é muito interessante e toda a história dele assassinando deuses de diversos panteões é muito bem pensada. E a arte de Ribic é sensacional, ele nasceu pra desenhar o Thor. O último número lançado foi o 6 onde nos é apresentada a origem de Gorr. Ótima história, ótima arte e pancadarias épicas em diversas épocas. Não da pra uma história sobre “deuses” Vikings ficar muito melhor que isso.

Marvel Now Parte 1
13 de Março de 2013
O objetivo aqui é falar de quadrinhos. Majoritariamente quadrinhos publicados no exterior. Neste espaço buscarei comentar títulos de quadrinhos publicados nos EUA e na Europa que possam interessar aos leitores gongnianos. Eventualmente resgatarei publicações mais antigas indicando possíveis leituras e ocasionalmente posso tocar no universo dos Mangás, mas será muito raro, pois confesso minha ignorância no tema. Além disso, sempre que possível, abordarei artbooks e livros sobre artistas no geral.

Para as próximas duas colunas resolvi abordar de forma mais geral os títulos que tenho lido do Marvel Now, o mais recente relançamento de títulos da Marvel. Não vou me aprofundar tanto nos gibis porque eles mal chegaram ao número 6, mas vou comentar a minha impressão até agora. Pensei que pode ser útil pra quem está considerando pegá-los. Só ressalto que não falarei de todos os títulos relançados, pois não leio todos. Segue a parte 1:

UNCANNY AVENGERS
Escrito por Rick Remender e desenhado por John Cassaday, Uncanny Avengers é a mais nova formação dos Vingadores agora misturando integrantes dos Vingadores e dos X-Men. Partindo da idéia do Capitão América se sentir ligeiramente culpado pelo enfrentamento entre os dois grupos na última grande saga da Marvel, o time é formado como uma mensagem de redenção e de união. A primeira história coloca o grupo frente a frente com o Caveira Vermelha turbinado pelo cérebro de um grande mutante morto. Boa história, Remender continua apresentando ótimos roteiros depois de Uncanny X-Men, e boa arte, Cassaday, como sempre, não decepciona. O gib ainda conta com o ótimo trabalho de cor de Laura Martin. Recém chegado ao número 4 e ao fim do primeiro arco, a HQ promete.

UNCANNY X-FORCE
A premissa de Uncanny X-Force apresenta um grupo de renegados e personagens secundários liderado por Psylocke e Storm. Escrito por Sam Humphries com desenhos de Ron Garney, arte final de Danny Miki e cores de Marte Garcia, o gibi ainda não mostrou a que veio, até porque só duas edições saíram até agora. Mas a idéia é interessante e a combinação de personagens também. Além das duas X-Men, Puck, o anão ex-integrante da Tropa Alpha, e Spiral, a assassina de seis braços de Mojo, integram a equipe. Futuramente parece que Cluster, a contraparte feminina de Fanotmex, se juntará à eles. Gosto bastante do Puck e fazia tempo que eu não lia nada com ele, e a idéia de juntá-lo à Psylocke, que está cada vez mais no limite, e à Storm promete boa integração de personagens. Conheço pouco do trabalho de Humphries, mas sou fã de Garney desde sua celebrada passagem pelo Capitão América na década de 1990. A primeira história começa com uma investigação e logo se torna uma batalha contra Bishop, ex-X-Men e atual vilão(?) do gibi. Vamos ver no que vai dar.
SAVAGE WOLVERINE
Um dos muitos títulos sobre o baixinho canadense do Marvel Now, Savage Wolverine é escrito e desenhado por Frank Cho com cores de Jason Keith. Cho é o cultuado autor da genial série de tirinhas Liberty Meadows e este é mais um trabalho seu na Marvel. E pra ser sincero não gostei de nada que ele fez com super heróis até hoje. Sou muito fã de Liberty Meadows, mas Savage Wolverine até agora se mostra mais um dos projetos pouco interessantes de Cho com super heróis. A história e o roteiro são chatos e a arte é pouco impressionante, apesar de tecnicamente muito bem feita como lhe é comum. Só saíram dois números, então é cedo para bater o martelo, mas é uma das candidatas ao abandono.
DEADPOOL
Deadpool é uma grata surpresa do Marvel Now. Admito que nunca fui muito fã do mercenário falastrão e sempre achei suas histórias e suas participações cansativas e enfadonhas. Mas essa versão do gibi lançada agora tem mudado drasticamente minha opinião. Os escritores Brian Posehn e Gerry Duggan trabalham muito bem o personagem inserido na maluca história do ataque dos ex-presidentes americanos zumbis. Isso mesmo, uma história absurda para um personagem absurdo, nada mais justo. E a arte é de Tony Moore, que tendo desenhado o ótimo Fear Agent e Walking Dead, está mais do que credenciado para lidar com absurdos e zumbis. Li a quinta edição recentemente e a história se aproxima da conclusão fechando o primeiro arco de forma muito inteligente e insana.

INDESTRUCTIBLE HULK
O gigante verde obviamente não foi deixado de fora do relançamento e estrela a mais recente encarnação de seu gibi, Indestructible Hulk. Escrito pelo veterano Mark Waid e desenhado por Leinil Yu o gib conta a história de Bruce Banner/Hulk agente da SHIELD. A premissa é interessante e a forma como Waid explora o personagem é bem diferente do que vinham fazendo com ele. E Banner é mais bem tratado do que na média das histórias do Hulk, a graça não está só nos momentos de raiva do gigante. Eu gosto da maioria das coisas que Mark Waid escreve especialmente Superman Birthright com o próprio Yu nos desenhos, sua longa estada no Flash, a celebrada mini série Kingdom Come com Alex Ross e principalmente quando esteve a frente dos roteiros do Capitão América na década de 1990, com Ron Garney citado acima nos desenhos; e recentemente escrevendo Daredevil, gibi abordado na última coluna. Dito isso, a história em Indestructible Hulk está indo muito devagar. A premissa é boa e os roteiros funcionam, mas tudo anda muito pouco nas edições. A arte de Leinil Yu é boa, mas já foi melhor. Há alguns anos atrás ele figurava no topo da minha lista de artistas preferidos, mas ele se estagnou um pouco e apesar de não estragar o gibi, longe disso, tampouco o torna impressionante. Continuarei lendo, mas espero que ande mais nos próximos números.

THE ART OF DAKSIDERS I e II
Livros de arte sobre jogos de vídeo game são cada vez mais comuns. Lembro que há não muito tempo atrás era bem difícil ter acesso a material de processo da produção de jogos e hoje temos livros inteiros dedicados a arte de um jogo. Nem todos são bons, aliás, vários deixam a desejar, mas este não é o caso de nenhum dos dois The Art of Darkness. Ricamente ilustrados os dois livros apresentam muitos concepts de personagens e cenários mostrando o processo de desenvolvimento visual dos dois jogos da finada série. As artes de Joe Madureira, popular e muito bom artista de quadrinhos, são abundantes e é possível ver como ele foi responsável por determinar o visual do jogo e o design dos personagens. Se não é tão fácil ver seus trabalhos nos gibis, já que ele é ruim de prazos e pouco assíduo nos títulos que desenha, nos livros é possível se deliciar com sua arte.



As edições são quase idênticas em design e partilham da mesma identidade visual, o que não é tão bom, pois esta é um pouco poluída demais, como é comum nestes livros. Mas com quase 300 páginas cada um recheadas de informações e concepts de personagens, cenários e equipamentos, os livros valem fácil os 40 dólares cada um.


Colunas