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                         Rick Troula

Eisner Awards parte 2  e Captain America 2!


25 de Maio de 2014

Continuando a coluna sobre o Eisner Awards, premiação das melhores HQs norte americanas, vou abordar as categorias sobre criadores e fazer algo que eu sempre quis fazer, falar sobre quem produz os gibis. Na verdade eu falo no processo de falar do gibi, mas não só sobre eles. Vou aproveitar para explicar brevemente cada função, não sei quantos de vocês estão familiarizados com o processo de produção de uma HQ.

 

Lembrando que o objetivo não é fazer previsões de vitória nem nada disso, mas sim aproveitar os indicados para sugerir leituras atuais. E que eu não vou falar de todas as categorias, até porque nem poderia, pois não li tudo, mas daquelas que eu conheço pelo menos alguns dos indicados.

BEST WRITER

 

O escritor é o sujeito responsável por elaborar a história e apresentá-la em forma de roteiro para que ela possa ser desenhada. É ele quem estabelece o que vai acontecer, que cuida do desenvolvimento dos personagens, da ação e tudo mais que torna uma história boa. Nem sempre ele pode fazer tudo isso sozinho, às vezes o editor e as vontades da editora se intrometem no processo, mas em alguns casos ele é inteiramente responsável pelo andamento da história seja em uma ou mais edições. 

 

A categoria de melhor escritor, pra mim fica entre o Matt Fraction e Scott Snyder. Difícil de decidir. Fraction é o roteirista do Hawkeye, e só por isso já merecia ganhar. Mas ele também entra na lista por Sex

 

Criminals, lembra que eu falei dele na última coluna? Pois é, eu li e é muito interessante. É um gibi da Image com uma premissa genial que mistura sexo e super-heróis de um jeito... incomum. Vou falar mais sobre ele na próxima coluna. Os outros títulos dele, Fantastic Four e FF, eu não acompanho.

Snyder por sua vez escreve Batman, American Vampire e The Wake. Leio todos e, como eu disse na última coluna, Batman é o gibi mais foda saindo lá fora mensalmente. É incrível que Snyder consiga trazer coisas novas e muito boas pro morcego que acabou de fazer 75 anos. A história é ótima, a exploração de personagens é genial e o gibi já está no número 30 e ainda muito bem. American Vampire é um gibi sobre vampiros nos EUA como o nome diz e é um título co-criado com o ótimo artista brasileiro Rafael Albuquerque. Não acho genial, em termos de histórias de vampiro está longe de ser o melhor que eu já li e eu gosto do tema, mas tem seus bons momentos. The Wake por outro lado é uma série de sci fi muito boa e muito intrigante. Só não falei dela ainda porque não acabou, mas falarei.

 

 

Fora eles tem a Kelly Sue DeConnick, Jonathan Hickman, Eric Stephenson e Brian K. Vaughan. DeConnick e Stephenson eu não li, então não posso opinar. O trabalho de Hickman eu adoro no East of West e acho um porre nos Avengers e mais ou menos na saga Infinity, então não da pra disputar com os outros dois.

 

Difícil decidir e eu sinceramente não consigo escolher.

 

Kelly Sue DeConnick, Pretty Deadly (Image); Captain Marvel (Marvel) 
Matt Fraction, Sex Criminals (Image); Hawkeye, Fantastic Four, FF (Marvel) 
Jonathan Hickman, East of West, The Manhattan Projects (Image); Avengers, Infinity (Marvel) 
Scott Snyder, Batman (DC); American Vampire, The Wake (DC/Vertigo) 
Eric Stephenson, Nowhere Men (Image) 
Brian K. Vaughan, Saga (Image)

 

 

 

BEST PENCILLER/INKER or PENCILLER/INKER TEAM

 

O Eisner já algum tempo fundiu a categoria de desenhista com a de arte finalista privilegiando os times criativos ou o artista que também faz a própria arte final em detrimento de entender as funções separadas. Eu não acho tão bom, mas da pra entender. O desenhista (penciller) é o responsável por tornar o roteiro visual traduzindo em arte o conceito e as cenas da história. Ele cuida de desenhar os personagens, cenários, ações e tudo mais que tiver na página. Em quase todos os casos é ele o responsável por trabalhar a narrativa visual. Já o arte finalista (inker) agrega valor ao traço, cuida das texturas e do contraste aplicando nanquim ao que o desenhista já fez, seja ele tradicional ou digital. Alguns artistas fazem as duas coisas em outros casos um desenhista se associa à um arte finalista.

Sobre os artistas acompanho o trabalho de três, e entre eles Sean Murphy é meu favorito disparado. Gosto bem do estilo do Nick Dragotta, sua narrativa é fluída e inteligente e seu traço claro e sólido. O trabalho de Nate Powell é bastante expressivo e o trabalho com personagens muito bom, sem contar que o gibi em questão é preto e branco, mas Murphy é o cara. Se eu pudesse escolher absorver o estilo de alguém, seria o que ele faz com arte final. Os demais eu não acompanho.  

 

Nate Bellegarde, Nowhere Men (Image) 
Nick Dragotta, East of West (Image) 
Sean Murphy, The Wake (DC/Vertigo) 
Nate Powell, March (Book One) (Top Shelf) 
Emma Ríos, Pretty Deadly (Image) 
Thomas Yeates, Law of the Desert Born: A Graphic Novel (Bantam)

 

 

 

BEST PAINTER/MULTIMIDIA ARTIST (interior art)

Esta categoria premia o artista que trabalha pintando suas páginas seja de forma tradicional ou digital misturando técnicas.

 

E este é outro que é difícil de escolher, mas acho que Andrew Robinson é meu favorito. Faz tempo que gosto do trabalho dele, suas capas são sensacionais e seu trabalho no interior dos gibis é soberbo apesar de raro. E no gibi em questão, Fifth Beatle que, aliás, vai ser publicado por aqui, ele faz trabalho interno com qualidade de capa. Muito criativo e belíssimo. Fiona Staples faz um baita trabalho em Saga, e é muito rico ver as soluções que ela traz em sua arte digital para as bizarras situações e personagens incomuns que permeiam o gibi, mas ela produziu um pouco menos esse ano com o gibi tendo um hiato na publicação. Ive Svorcina é o herói silencioso da produção do Thor. O gibi é animal, já falei dele aqui, o roteiro de Jason Aaron é genial e a arte de Esad Ribic é sensacional, um dos meus favoritos hoje em dia, mas as cores de Svorcina complementam e potencializam a arte de Ribic de uma forma a tornar cada página muito mais interessante. Fico na dúvida entre Svorcina e Robinson, mas acho que fico com o último pelo trabalho no gibi dos Beatles.

Andrew C. Robinson, The Fifth Beatle (Dark Horse) 
Sonia Sanchéz, Here I Am (Capstone) 
Fiona Staples, Saga (Image) 
Ive Svorcina, Thor (Marvel) 
Marguerite Van Cook, 7 Miles a Second (Fantagraphics) 
Judith Vanistendael, When David Lost His Voice (SelfMadeHero)

 

 

 

BEST COVER ARTIST

 

O capista é um dos mais importantes a fazer parte do processo de produção de um gibi. Se ele fizer bem o seu trabalho a capa pode ser bastante responsável por atrair leitores. Não por acaso já há algum tempo existe a função de capista, pois durante muito tempo quem cuidava da capa era invariavelmente quem desenhava o gibi. Nesta lista temos exemplos dos dois casos.

Enfim uma categoria que eu conheço todos. Outra difícil de decidir, mas acho que o meu preferido esse ano foi Mike Del Mundo. David Aja é genial desenhando Hawkeye, um dos meus preferidos da atualidade, e suas capas fortemente explorando o design gráfico são lindas e foda, mas ele perdeu um pouco de fôlego com as últimas edições. Longe de serem ruins, mas me impressionaram menos. Fiona Staples faz capas muito boas para Saga, e ela poderia levar essa, mas de novo produziu menos do que os demais esse ano. Sean Murphy não é um grande capista na minha concepção. São boas as capas dele, mas não incríveis. Emma Rios também nunca me chamou muita atenção, apesar de estarem falando bastante desse Pretty Deadly, vou ter que checá-lo eventualmente, mas não foram as capas que me atraíram. Chris Samnee é outro gênio. Ele é sensacional nas páginas internas do Demolidor, um dos melhores em ação hoje em dia, e faz capas ótimas seja no próprio Demolidor ou as capas especiais para Elektra ou outros gibis. Ele talvez seja o meu preferido ultimamente, sempre invejo os caras com estilos econômicos e eficientes, mas Mike Del Mundo é diferente de todos os outros.

Suas capas são muito originais e inteligentes sem sacrificar aspectos técnicos como a qualidade da pintura ou da arte. Belíssimo trabalho que ele fez em X-Men Legacy que se destaca dentre tantas capas de gibi que saem mensalmente. E a julgar pela primeira edição do novo gibi da Elektra em ele ilustra tanto a capa quanto as páginas internas devemos vê-lo de novo por aqui no ano que vem.

David Aja, Hawkeye (Marvel) 
Mike Del Mundo, X-Men Legacy (Marvel) 
Sean Murphy/Jordie Belaire, The Wake (DC/Vertigo) 
Emma Ríos, Pretty Deadly (Image) 
Chris Samnee, Daredevil (Marvel) 
Fiona Staples, Saga (Image)

 

 

 

BEST COLORING

 

Pra terminar, os coloristas. Colorir gibis é uma função meio ingrata, primeiro porque eles têm grande parte da responsabilidade pelo sucesso visual de uma HQ se considerarmos quão forte é a relação que temos com cor ao julgar algo visual, mas ao mesmo tempo ganham muito menos reconhecimento do que o desenhista. Eles na média são piores remunerados e ficam com o final da escala de produção, o que em alguns casos significa prazo ainda mais curto. Porém, no geral colorir uma HQ é mais rápido do que desenhá-la e isso permite que o colorista trabalhe em diversos títulos por mês.

Dos melhores coloristas na lista desse ano eu só não conheço um, Steve Hamaker. Eu li Rasl, mas ainda na sua versão original p&b. Dos outros 4, Dave Stewart é um mito. Ele está em tudo que é gibi foda e trabalha tão bem que todo mundo quer ele. É possível reconhecer sua participação mesmo ele sendo pouco “aparecido”, Stewart colore de acordo com a história, o que por si só já é foda. Seja na genial passagem dele e de J.H. Williams pelo título da Batwoman ou como colorista titular do universo Hellboy sua participação é sempre genial. Ele venceria todas em que entrasse se eu fosse juiz. Aliás, ele deveria ser aposentado dessa categoria.

 

Frank Martin faz um belo trabalho em East of West, e eu já tinha gostado dos trabalhos anteriores que eu ele fez pra Marvel. Mas Matt Hollingsworth é genial e pra mim devia levar esse, desconsiderando o hors concours Dave Stewart. Sua paleta discreta e eficiente funciona muito bem em Hawkeye e também em The Wake, dois títulos completamente diferentes. Em Hawkey, aliás, ele potencializa o gibi de tal forma que é difícil de imaginar a HQ sem ele. O jeito que ele traz o roxo característico do personagem para diversas soluções narrativas ou como ele integra essa cor as demais são brilhantes. Jordie Belllaire é bem interessante também, com um trabalho bem expressivo, mas Hollingsworth pra mim seria o vencedor.

Jordie Bellaire, The Manhattan Projects, Nowhere Men, Pretty Deadly, Zero (Image); The Massive (Dark Horse); Tom Strong (DC); X-Files Season 10 (IDW); Captain Marvel, Journey into Mystery (Marvel); Numbercruncher (Titan); Quantum and Woody (Valiant) 
Steve Hamaker, Mylo Xyloto (Bongo), Strangers in Paradise 20th Anniversary Issue 1 (Abstract Studio), RASL (Cartoon Books) 
Matt Hollingsworth, Hawkeye, Daredevil: End of Days (Marvel); The Wake (DC/Vertigo) 
Frank Martin, East of West (Image) 
Dave Stewart, Abe Sapien, Baltimore: The Infernal Train, BPRD: Hell on Earth, Conan the Barbarian, Hellboy In Hell, The Massive, The Shaolin Cowboy, Sledgehammer 44 (Dark Horse)

THE ART OF CAPTAIN AMERICA THE WINTER SOLDIER

 

Depois da bosta que foi o primeiro filme do Capitão América eu esperava o pior desse, e já praguejava pelo fato deles estragarem a história do Winter Soldier, que no gibi é animalesca, mas felizmente quebrei a cara e o filme é foda. E o artbook não fica atrás. Aliás, o artbook do primeiro filme era muito bom também apesar do filme merda. Mas esse novo acompanha um ótimo filme o que só torna o artbook melhor. O livro tem bastante material recheando suas 232 páginas. Acondicionado em uma luva a edição é bem cuidada e bem trabalhada, as imagens são bem apresentadas e muitas ocupando páginas duplas. Diversos bons artistas são mostrados em especial o diretor de arte dos filmes da Marvel Ryan Meinerding que é um baita concept artist e responsável pelo design dos principais personagens incluindo o próprio Capitão. O livro trás extenso material sobre os diversos aspectos da elaboração visual do filme com curtos textos explicativos dos próprios artistas. Cenários, personagens, veículos, props, tudo está lá, incluindo sequencias longas de storyboards. Que nesse caso não é tão bom, achei bem mais ou menos o nível da arte dos storyboards.

De qualquer forma o livro é animal e vale muito a pena. Sempre gostei do personagem e ter dois artbooks ótimos sobre ele é muito bom, vale a pena investir os 40 dólares nele. 

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