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                         Rick Troula

Blade, Nao, neonoir fantasia e Titãs!


29 de Outubro de 2013

O objetivo aqui é falar de quadrinhos. Majoritariamente quadrinhos publicados no exterior. Neste espaço buscarei comentar títulos de quadrinhos publicados nos EUA e na Europa que possam interessar aos leitores gongnianos. Eventualmente resgatarei publicações mais antigas indicando possíveis leituras e ocasionalmente posso tocar no universo dos Mangás, mas será muito raro, pois confesso minha ignorância no tema. Além disso, sempre que possível, abordarei artbooks e livros sobre artistas no geral.

BLADE OF THE IMMORTAL

 

OK, eu admito que não sou o maior fã de Mangá do mundo. Aliás, longe disso, tenho uma infinidade de alunos que são muito mais fãs e manjam muito mais do que eu do assunto. Eu não leio nem falo japonês, raramente sei o nome original dos gibis e conheço superficialmente a maioria dos títulos e muitos deles me irritam profundamente. Especialmente os de bichinhos e menininhas com orelhas e rabinhos. Dito isso, eu adoro Blade of the Immortal. A narrativa, a história, o período histórico, os personagens, a arte, tudo é absolutamente espetacular e acerta diretamente nos meus gostos. Isso sem falar da violência extrema. E eu já falei da arte, certo? Mais disso depois.

 

Blade of the Immortal é produto do trabalho de Hiroaki Samura, um quadrinistas japonês sensacional. A história se passa no Japão feudal e é centrada no ronin Manji amaldiçoado com a vida eterna. Manji é um guerreiro habilidoso cujos atos intempestivos ocasionam a morte de seu senhor e outros 99 samurais, um deles sendo o marido de sua irmã. O crime, além de causar sérios danos à sanidade da irmã, gera a tal punição da imortalidade. Porém, essa imortalidade vem com um preço, ou mais de um. Ele não morre por causas naturais nem violência, o que não quer dizer que ele não sofra a dor dos danos que lhe são 

Eu demorei pra conseguir ler Nao of Brown de Glyn Dillon. Quando ele saiu, eu não prestei muita atenção e quando eu descobri que podia ser bom, demorei pra achar. Mas enfim, recentemente eu pus minhas mãos em um e não me desapontei.
 
Brown é uma graphic novel sobre Nao, uma garota anglo japonesa e seus conflitos pessoais e relações com o mundo e com os outros. Ela sofre de transtorno obsessivo compulsivo e surtos violentos, mas esta não é quem ela quer ser. É uma profunda exploração de uma pessoa complexa e verdadeira e seus traumas e medos. Aliás, a HQ toda é composta de pessoas reais e Dillon os apresenta da melhor forma.
 
A arte é belíssima e o senso estético do gibi soberbo. A combinação de traço com aquarela potencializa as cenas e as opções de cor são muito ricas e inspiradoras além de bastante emocionais. Dillon é um baita artista e provavelmente um designer, pois a montagem das páginas e a atenção para os detalhes é extremamente gráfica.
 
Estou fazendo o possível para escrever sobre Nao sem revelar nada para não estragar, para que você o descubra como eu, na própria história. Que é profunda e dramática, apesar de não ser para todos os gostos.

TEEN TITANS OMNIBUS
 
A década de 1980 foi pródiga para as histórias em quadrinhos recebendo diversas das mais clássicas histórias a serem lançadas como Batman O Cavaleiro das Trevas, Batman Ano Um, Watchmen e tantas outras. The New Teen Titans, lançada neste mesmo período, pode não ter o mesmo sucesso eterno como as citadas, mas na época de seu lançamento rivalizou com os X-Men pela popularidade e pelo sucesso. E não por acaso, a qualidade das histórias produzidas pela dupla Marv Wolfman e George Perez é atemporal, e essas histórias podem ser lidas agora nos Omnibus que a DC tem lançado. Omnibus é um tipo de publicação que compila muitas edições num único volume, um tijolo recheado de quadrinhos. Os New Teen Titans já têm três, cada um com mais de 15 edições e extras assim como introduções e prólogos que ajudam a entender a importância desse gibi. 

 

Os Titãs surgiram na década de 1960 como uma Liga da Justiça Jr, contando com os sidekicks dos heróis da liga. Não fez tanto sucesso na época e da pra entender por que, mas tudo mudou na década de 1980 quando Marv Wolfman passou a escrever e o incansável George Perez os desenhou, o grupo ganhou uma nova formação e um novo status. Wolfman envelheceu os integrantes originais Robin, Wonder Girl e Kid Flash tornando-os jovens adultos e trouxe novos membros que hoje são clássicos: Cyborg, Raven, Starfire e Changeling (antigo 

NAO OF BROWN

SIN TITULO
 
Sin Titulo é uma webcomic escrita e desenhada por Cameron Stewart, quadrinista de diversos trabalhos no mercado americano como BPRD para Dark Horse, Batman e Robin e Catwoman para DC. Lançada em 2007 no próprio site (http://www.sintitulocomic.com/2007/06/17/page-01/) a história acompanha Alex Mackay quando este perde seu avô e descobre uma foto de uma estranha em seus pertences que o leva a embarcar em uma aventura de auto descobrimento surreal e misteriosa. O gibi, que terminou em 2012, é um neonoir fantasioso e um thriller de investigação em parte autobiográfico que faturou um Eisner na categoria webcomic. 

causados. Seu corpo se regenera de quaisquer ferimentos e até amputações através da atuação de vermes “mágicos” chamados kessen-chu. Algo como o fator de cura do Wolverine, mas elevado a uma potência maior e testado com muito mais crueldade. Para se livrar da maldição Manji deve matar 1000 caras maus. A história o segue e ele acaba por se associar a Asano Rin, uma filha de samurai que busca vingar a morte de seus pais pelas mãos de um grupo rebelde chamado Itto-Ryu. Liderados pelo vilão da história, os Itto-Ryu defendem a liberdade de técnicas, armas e métodos em um combate contrariamente aos rígidos métodos samurais. 

 

A trama toda gira em torno da mortalidade e imortalidade, dos métodos tradicionais e dos modernos e da relação entre grupos renegados. Tudo isso regado a muitos combates sangrentos e ação dinâmica interpretados por personagens inteligentes e muito bem criados. Aliás, um dos pontos fortes do gibi além dos combates insanos é a interação entre personagens e a forma como ele os conecta e os combina. Durante a saga, encontros e relações inesperadas entre diversos dos personagens são muito explorados e soluções surpreendentes sempre se apresentam. E os próprios personagens são muito bem desenvolvidos.  

 

E Samura é um mestre da forma. A arte é espetacular, dos cenários as figuras humanas, e especialmente nelas, sua arte transborda qualidade. A narrativa visual é soberba e o ritmo das histórias é viciante

Tanto as cenas de ação quanto as cenas mais calmas são igualmente bem trabalhadas assim como os personagens e sua participação na história. A trama se desenrolou por uma cacetada de números. Eu leio o gibi da versão americana, mas ela foi parcialmente publicada no Brasil. No Japão a história já terminou e a versão americana se aproxima do final. Mal posso esperar para lê-lo, mesmo sabendo a tristeza que será não tê-lo mais.

A arte é diferente do trabalho que Cameron costuma apresentar nos quadrinhos tradicionais, sendo menos renderizada e bem mais gráfica e estilizada. O que acaba combinando muito bem com a proposta e com a narrativa. O caráter onírico das transições entre sonhos e outras realidades funciona muito bem com o desenho dele e o formato que ele escolheu trabalhar. Sendo autor do meu próprio gibi online agora, consigo apreciar e admirar a quantidade e qualidade do trabalho de Stewart nestes cinco anos da publicação. Especialmente, pois ele não parou de trabalhar nos gibis dos outros. 

Há uma nova webcomic prometida por ele chamada Niro, que pelo preview (http://www.nirocomic.com/) promete ser animal. Enquanto isso você pode tanto ler o gibi no site como pode prestigiar a versão impressa que a Dark Horse lançou recentemente. Eu já adquiri a minha.

Beast Boy). O resultado foram histórias sensacionais cujo sucesso surpreendeu inclusive seus criadores, os cinco primeiros anos foram espetaculares e muitas dessas historias hoje servem de combustível para as diversas animações usando o grupo como base.

 

Vale muito a pena conferir se você não conhece. E se você conhece provavelmente não precisa de nenhum convencimento. Os três volumes lançados até agora custam um tiro na cara cada um, mas valem cada centavo, pois além de tudo as edições são muito bem cuidadas.      

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