O Mundo dos Pequeninos​

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             ​Mr. Hendrick​

                                 28 de Janeiro de 2013

“O Mundo dos Pequeninos” (“The Secret World of Arrietty” nos EUA e “Kari-gurashi no Arietti” no idioma original) é uma animação dos Studio Ghibli, estúdio japonês de animação comandado pelo lendário cineasta Hayao Miyazaki, responsável por algumas das mais belas obras do cinema (não só animado) e que, por tendências ignorantes de mercado, são raramente lançadas nos cinemas brasileiros. “A Viagem de Chihiro”, obra do estúdio por exemplo, só chegou a nossos cinemas após conquistar o Oscar de melhor animação e o Urso de Ouro de melhor filme no Festival de Berlim, fato raríssimo para uma animação. Mas como existe o preconceito com produtos que não venham dos EUA, principalmente animações, é raro vermos esses filmes chegarem às nossas telas.  Apenas na TV a cabo ocasionalmente temos a chance de ver essas peças de arte e só nos resta torcer pra que elas sejam lançadas em DVD ou Blu-ray, que é o caso dessa belíssima animação chamada “O Mundo dos Pequeninos”. Lançada aqui em meados de outubro do ano passado, ela é baseada em um livro da escritora inglesa Mary Norton, peça que já foi adaptada outras vezes, incluindo aí uma versão de 1997 com John Goodman que também pode ser encontrada em DVD. Escrita por Miyazaki e Keiko Niwa, a animação conta a história da pequenina Arrietty, garota de 14 anos e que com apenas alguns centímetros de altura mora escondida com seus pais debaixo de uma casa no Japão e tenta a todo custo se esconder dos humanos que

“O Mundo dos Pequeninos” é dirigido por Hiromasa Yonebayashi, sua estréia na função depois de trabalhar em outros filmes do Studio Ghibli, e que acabou o tornando o mais jovem na história no Studio a exercer tal função. O resultado, como já esperado dos filmes da Ghibli, é belíssimo e consegue nos levar para esse mundo através de uma história envolvente e com incrível apelo visual. Diferente de Chihiro, que nos transporta para um outro mundo alheio ao nosso e que era de uma imaginação temática e visual soberbas, aqui estamos falando de um lugar próximo ao nosso com a diferença de que ele contém esses pequeninos seres, e o filme usa muito bem os recursos para conseguir nos contar sua história, desde o trabalho de direção de arte que constrói os aposentos nos seus mínimos detalhes; como os pregos que servem como escadas, a realista casa de bonecas e os animais presentes no filme que nos mostram como o nosso mundo pode ser perigoso para aqueles pequenos seres; até o trabalho de áudio, que eficientemente aumenta o som feito por objetos comuns e fazem o telespectador se sentir como os pequeninos seres do filme, como ao escutar o ecoante barulho dos ponteiros de um relógio. Além de todos esses detalhes técnicos a narrativa não fica atrás e segue fluída e sem pressa nos apresentando os interessantes personagens, desde o pai com sua postura física imponente que o torna um homem seguro e ao mesmo tempo terno, principalmente com a pequena Arriety, até Haru, a empregada da casa, que acaba se tornando uma ameaça, mas sem necessariamente ser colocada como uma pessoa má ou como a grande vilã da história. A música também ajuda a criar o clima do filme e foi composta pela cantora francesa de música folk Cécile Corbel, que também é responsável pela canção tema ,“Arriety's Song”.