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                         Rick Troula

HELLBOY IN HELL

O universo que Mike Mignola criou na Dark Horse tem se aprofundado e se expandido cada vez mais gerando diversos desdobramentos para os personagens envolvidos. O que começou com um título do Hellboy hoje conta com uma série de histórias do BPRD (Bureau for Paranormal Research and Defense), gibi que aborda as aventuras do ex-grupo do demônio vermelho, além do longevo título do demônio vermelho.



Hellboy já tem uma longa história que não caberia neste espaço, mas desde que ele se separou do BPRD após os eventos da saga Conqueror Worm o demônio vermelho partiu em uma jornada de autoconhecimento e exploração que o levaram da África ao fundo do mar, descobrindo que ele podia ser um descendente do Rei Arthur e portanto herdeiro legítimo do trono bretão e sacou Excalibur da pedra. Todos esses eventos o levaram a batalhar Nimue e um dragão que ocasionaram sua morte em um grandiosa combate para garantir tempo para que seus ex-colegas de BPRD possam salvar o mundo.  Se você quiser ler tudo isso, e eu recomendo muito, procure pelas mini-séries The Island, escrita e desenhada por Mignola, Darkness Calls, The Wild Hunt, The Storm e The Fury todas escritas por Mignola e desenhadas por Duncan Fegredo. Falarei sobre o BPRD no futuro.



O que nos leva ao gibi que está saindo agora: Hellboy in Hell. É isso mesmo, finalmente veremos Hellboy acertando as contas no inferno. Mas não do jeito tradicional, se é que há um jeito tradicional de se acertar as contas com o capeta, ainda mais quando ele é seu pai. Hellboy no inferno é um grande gibi por diversas razões, e a principal delas, é que ele marca o retorno de Mignola aos desenhos. Não me entenda mal, adorei o que Duncan Fegredo fez em sua passagem pelo personagem. Tinha sérias dúvidas sobre um Hellboy desenhado por outra pessoa que não o Mignola e fiquei muito impressionado com o que Fegredo fez, como ele tomou o personagem para si sem descaracterizar a linguagem de Mignola e sem abandonar a sua própria não tentando ser uma versão do Mignola, o que seria uma merda, mas achando sua própria interpretação do personagem e do mundo que ele habita. E ainda bem que ele voltará a desenhar mais histórias do Hellboy, já divulgaram um projeto promissor abordando o jovem demônio vermelho.



Mas nada é como o próprio Mignola desenhando Hellboy, pois ele traz toda a maestria narrativa e a suprema e genial economia de traços como só ele é capaz de fazer. O ritmo do storytelling e os layouts de página são inteligentes e servem de forma perfeita à história. As cores de Dave Stewart, colorista oficial da série, trazem uma atmosfera fantasmagórica e opressora que combinam com as sombras pesadas características do traço de Mignola quase sussurrando que toda sombra é perigosa.



Hellboy nunca foi um gibi de horror, de causar medo, sempre foi uma aventura com pitadas de sobrenatural e encharcado de mitologia, mas conforme a história foi se adensando e se 

BATWOMAN

Falando em prato cheio para os olhos, Blacksad é um gibi que merece sua atenção. Publicado na França pela Darguad, a série é escrita por Juan Diaz Canales e desenhada e colorida por Juanjo Guarnido, ambos espanhóis.  O gibi aborda as investigações de um detetive particular chamado John Blacksad na America da década de 1950. E ele é um gato preto. Aliás, todo o universo de personagens é composto de versões antropomórficas de diversos animais. A atmosfera das histórias é uma cuidadosa dedicação ao gênero de filmes noir e as histórias giram em torno de assassinatos, sequestros e crimes familiares e raciais.

A arte é incrível, Guarnido é um ex-animador da Disney e consegue extrair mais expressão de seus personagens animais do que a grande maioria dos artistas o faz desenhando pessoas. Os desenhos são ricos e carismáticos, com cenários bem construídos e cores vivas e dramáticas. Se você já pensou como seria uma animação feita com a qualidade visual das animações 2D da Disney abordando um tema adulto, Blacksad foi feito pra você.



Os personagens são muito bem concebidos conceitualmente e a opção visual é certeira. O tipo do animal escolhido, a forma como ele é representado, sua interpretação e falas, tudo isso só enriquece a trama. As fêmeas fatais, os interesses românticos de Blacksad, os gangsters, os capangas, criminosos, pobres coitados, todos são personagens muito bem desenvolvidos que compõe um universo criativo brilhante para história.

Um demônio vermelho, uma mulher morcego, um gato preto e 13 anões.

08 de Fevereiro de 2013

O objetivo aqui é falar de quadrinhos. Majoritariamente quadrinhos publicados no exterior. Neste espaço buscarei comentar títulos de quadrinhos publicados nos EUA e na Europa que possam interessar aos leitores gongnianos. Eventualmente resgatarei publicações mais antigas indicando possíveis leituras e ocasionalmente posso tocar no universo dos Mangás, mas será muito raro, pois confesso minha ignorância no tema. Além disso, sempre que possível, abordarei artbooks e livros sobre artistas no geral.

Depois de muita enrolação e uma certa polêmica por ela ser lésbica, a DC enfim lançou o gibi próprio da Batwoman no fim de 2011. Na verdade, a história não começa aí, começa nas páginas de Detective Comics onde a personagem funcionava como uma história back up escrita por Greg Rucka com arte do J.H Williams III.  A dupla apresentou Katie Kane, a Batwoman, enfrentando o crime em Gotham e lidando com os problemas com seu pai, um ex-militar, e tentando sobreviver aos seus relacionamentos. Batwoman tinha um tom interessante, diferente do universo Batman em geral, mas ainda assim parte dele.

A parceria Rucka/Williams terminou e a personagem deixou as páginas de Detective Comics para ganhar seu próprio título. E qualquer dúvida que havia sobre a manutenção da qualidade das histórias foi logo dissipada pelas primeiras edições. Rucka não estava mais no comando das histórias, mas Williams assumiu os textos ajudado pelo co-roteirista W. Haden Blackman, e continuou responsável pela arte. Arte esta espetacular, mas volto nisso mais abaixo. O recomeço da heroína em seu novo gibi trouxe Batwoman em uma busca por crianças desaparecidas, um embate com uma lenda urbana, uma parceria com a Mulher Maravilha e enfim um confronto com a Medusa. Uma jornada e tanto. E tudo isso sem perder a qualidade humana que a interpretação das personagens trazia em Detective Comics. Aliás, isso foi potencializado, a idéia de juntá-la à Mulher Maravilha é genial e funciona muito bem.

Mas apesar da história boa, é o visual do gibi que me impressiona mais. J. H. Williams é o mais inventivo quadrinista mainstream da atualidade, seguido de perto por Francis Manapul em The Flash. O design das páginas em Batwoman é extremamente original e explora ao máximo as possibilidades narrativas dos quadrinhos, sendo até confuso em alguns momentos como ocorre geralmente em meio a experimentação artística. As páginas, além de absurdamente criativas em seu design, são ricamente ilustradas e magistralmente coloridas por Dave Stewart, citado aí em cima. A exploração dos valores de cinza e da iluminação sólida combinadas as cores de Stewart geram páginas belíssimas. E o trabalho tipográfico do letrista Todd Klein, um dos grandes do mercado, só enriquece mais ainda. Um prato cheio para os olhos.

BLACKSAD

Quatro álbuns já foram lançados, Quelque part entre les ombres (Somewhere Within the Shadows) de 2000, Arctic-Nation (Arctic Nation) de 2003, Âme Rougue (Red Soul) de 2005 e L’Enfer, Le silence (A Silent Hell) de 2010. Os três primeiros saíram nos EUA e por aqui, a Panini lançou os dois primeiros, mas para ler os quarto só as edições originais. E se você gostar da arte tanto quanto eu recomendo os livros recheados de extras focando as aquarelas de Guarnido ou os esboços da primeira edição

THE ART of HOBBIT

O livro de arte do Hobbit é como o filme, um trabalho bem cuidado com atenção aos menores detalhes. Independe de você ter gostado ou não do filme, O Hobbit é mais um fruto do exaustivo cuidado que Peter Jackson e equipe dedicaram à trilogia Senhor dos Anéis. Uma infinidade de concepts, modelos e testes foram feitos na busca pela interpretação visual perfeita dos personagens e lugares descritos nos livro. E eles trouxeram essa mesma busca para a produção do Hobbit, até porque é a mesma equipe comandada pelos mesmos artistas e apoiada no mesmo estúdio de produção, a Weta Workshop.



O livro traz diversos concepts de desenvolvimento apresentando o processo que 

os levou a desenvolver os anões, Radagast, a reinterpretar Gandalf, Galadriel e todos os outros que já haviam aparecido no Senhor dos Anéis. O design dos anões por si só são um feito, encontrar formas de caracterizar treze anões e defini-los como personagens individuais é um trabalho ingrato. Qualquer um que já desenhou anões pode imaginar a dificuldade. Eles não são todos identificáveis, mas o cuidado em apresentar a cultura e a representação visual dessa cultura é impressionante. O mesmo vale para os demais personagens e cenários, até para o Radagast que para mim tem a interpretação mais bizarra de todos. E bizarra no pior sentido. Só senti falta de Azog, o Orc pálido e nêmese dos personagens no filme. Não há imagens do processo dele no livro.

complicando para o protagonista o tom do gibi mudou gradualmente ficando mais sombrio e deixando cada vez mais espaço para o horror. Porém, em Hellboy in Hell, Mignola quebra isso com os diálogos, especialmente com as falas de Hellboy que são carregadas de seu humor inteligente e característico, quase um humor inglês. Essa combinação faz a interpretação de inferno do autor ser única, original e absolutamente pertinente ao universo que ele criou.



Saíram duas edições até agora e temos mais perguntas do que respostas, mas as respostas são as mais interessantes e divertidas possíveis. Mal posso esperar pelo próximo. Especialmente sabendo que Fegredo voltará no futuro, pois assim temos o melhor dos dois mundos com ele e Mignola desenhando Hellboy.

Escrito por Daniel Falconer que é um dos principais deisgners e concept artist da Weta, o livro carrega muitas imagens nos mais diversos estágios de desenvolvimento da produção, possui inúmeros esboços e artes da dupla Allan Lee e John Howe, papas da ilustração do universo Tolkien responsáveis em grande parte pelo sucesso visual de O Senhor dos Anéis, e é uma ótima referência para qualquer artista ou uma companhia perfeita para quem gostou do filme. Por US$ 39,99 você ainda leva um mapa e o contrato assinado por Bilbo com a companhia de anões.

2014

 

2013

 

2012

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