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Love Letter e Hanabi

                   

 

                    Nielison

                              15 de Fevereiro de 2014

No artigo anterior, comentei que prefiro boardgames mais estratégicos, e muitas vezes deixo os party/family games de lado. Mordi a língua! Coincidentemente, neste início de ano, joguei dois party games que, sempre que tiver um tempinho entre uma jogatina e outra – e, claro, estando com um grupo descontraído –, vou querer jogar: Love Letter e Hanabi. São dois jogos muito rápidos, simplíssimos e com um nível de interação entre os jogadores enorme, garantia de muitas risadas.

Love Letter (2012, 2-4 jogadores, link no BGG) foi desenvolvido pelo japonês Seiji Kanai (que tem se especializado na criação dos chamados ‘mini games’, jogos com pouquíssimos componentes – e, obviamente, baratíssimos –, e que têm se tornado bastante popular nos últimos meses), mas se tornou um grande sucesso com o lançamento de sua edição americana, sendo inserido no universo/linha ‘Tempest’ de jogos (esta é a edição que tenho, portanto é dela que tratarei). A ideia é: cada jogador quer cortejar uma princesa, que está isolada em seu quarto, então para isso ele tem que enviar uma carta através de alguma personalidade do reino: sua serva, o príncipe, o rei, o padre, etc. Adianto que essa temática serve apenas como pano de fundo para o jogo em si, não tendo muita ligação direta com o sistema. Love Letter é um cardgame que se utiliza de apenas 16 cartas (!), não necessitando de mais nenhum componente para sua jogabilidade. O sistema funciona da seguinte maneira: cada jogador começa com uma dessas cartas, que representam as ditas personalidades, cada uma com uma pontuação e uma habilidade especial (normalmente com efeitos para eliminar outro jogador da partida); em seu turno, o jogador puxa uma nova carta do baralho e escolhe uma das duas que estão em sua mão para baixar, realizando o seu efeito. O turno segue assim, com um jogador tentando eliminar o outro, até que sobre somente um ou o baralho acabe, situação em que vence o jogador com a carta de pontuação mais alta em mãos. Simples assim.

Como deu pra notar, o jogo é muito fácil, e é tão rápido que, pelas regras, deve-se jogar várias partidas, sendo o vencedor é aquele que conseguir ganhar um determinado número delas. Seu mérito é que muitas dessas habilidades exigem que o jogador tente deduzir qual a carta do oponente, por isso acaba trazendo algum grau de estratégia – ponto positivo! É perfeito pra matar o tempo (principalmente entre uma coisa e outra) e pode ser jogado por qualquer um, até aqueles que não costumam jogar, porque, no fim das contas, é puro divertimento.

Hanabi (2010, 2-5 jogadores, link no BGG), de Antoine Bauza (criador do famoso 7 Wonders [http://boardgamegeek.com/boardgame/68448/7-wonders]), é também um jogo de cartas, mas completamente diferente do anterior. É um jogo cooperativo, onde os jogadores tentam se ajudar para completar sets de cartas que representam fogos de artifício. Os jogadores começam com um número determinado de cartas na mão, e o restante formando um monte; cada uma dessas cartas possui um número (de 1 à 5) e uma cor (verde, branca, vermelha, azul e amarela, além do set colorido para jogabilidades opcionais); o objetivo é ir baixando estas cartas de modo que, em ordem, complete o set de cinco cartas pra cada cor.

A grande sacada é que os jogadores não veem as cartas que possuem em mãos, pois suas faces ficam viradas pros outros jogadores, assim, seus companheiros devem passar informações de número ou cor (nunca os dois) para que um jogador possa saber (ou achar que sabe) qual a carta correta pra baixar e ir formando o set. Em seu turno, o jogador tem três possibilidades de ação: passar um informação – mas cada informação consome um marcador de tempo, limitando a possibilidade de realização desta ação, e aqui é onde entra o grande problema, pois logo se chega ao momento em que não é possível passar mais nenhuma informação e os jogadores ficam sem saber o que possuem na mão; descartar uma carta – o que disponibiliza um marcador de tempo, mas também traz muito desespero; e baixar uma carta pra continuar, ou completar, um set – mas se a carta não se encaixar em nenhum set (não continua nem inicia nenhum deles), um marcador de bomba é retirado, e ao sair o quarto marcador de bomba, os jogadores perdem! É um jogo bastante difícil, tal que é quase impossível completar os cinco sets. Quando a última carta do monte é puxada, o jogo acaba, e os jogadores realizam uma contagem de pontos baseado no que conseguiram formar dos set. No fim, o grande objetivo é tentar fazer mais pontos que na partida anterior.

 

É um jogo de memória, e sua estratégia se concentra na ação de passar uma informação, pois é crucial saber qual a melhor informação a ser dada e em que momento dá-las, pois muitas vezes você quer que o companheiro baixe uma carta num set, mas noutros momentos você quer que ele descarte uma carta para poder ganhar um marcador de tempo. A passagem de informação é o que garante as risadas do jogo, porque é muito divertido tentar passar uma informação sem poder dar nenhum dica, e o jogador fica perdido, sem saber qual a razão da informação que passaram, sem lembrar as cartas que tem em mão (a partir de informações anteriores) e, no fim, sem saber o que fazer. O sistema de vitória por contagem de pontos é um pouco frustrante, pois tira um pouco a sensação de vitória, mas, no fim, o grande objetivo é se divertir.

 

Hanabi é muito popular, e foi vencedor da principal categoria do Spiel des Jahres 2013 (um dos mais tradicionais e importantes prêmios de boardgames). Foi lançado aqui no Brasil pela editora Galápagos, e pode ser comprado aqui [http://www.galapagosjogos.com.br/galaparty.html].

 

Bem, é isso! Pra não dizerem que só falo de jogos estrategicamente pesados, tá aí duas opções de jogos simples, rápidos – e baratos! – e ainda muito divertidos.

2014

 

2013

 

2012

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