O nome Dan Brown é capaz de causar um frenesi no mercado da literatura, deixando a crítica de cabelos em pé e os fas completamente alucinados.
Neste fascinante thriller, 4° desta série e 6º do autor, Dan Brown retoma a mistura magistral de história, arte, códigos e símbolos que consagrou Robert Langdon, o professor de Simbologia de Harvard. Os críticos avaliaram os mistérios sombrios, os códigos enigmáticos e o turismo histórico, clássicos na série, são mais dignos de um roteiro de Hollywood do que de um Romance.
Eu, particularmente, não acredito que o autor tenha caído nas mãos das grandes produtoras de filmes e feito um livro com fins de se alcançar as telonas pelo mundo a fora. Vamos aos fatos.
Com 442 páginas, Inferno, publicado pela editora Arqueiro em 2013, em uma semana vendeu 120 mil exemplares dos 500 mil da primeira tiragem.
Em sua nova aventura, o Professor acorda desmemoriado, ferido, a milhares de quilômetros de casa. Numa corrida contra o tempo e tendo como pano de fundo uma das obras literárias mais duradouras e misteriosas da história: O Inferno, de Dante Alighieri, mergulha numa caçada frenética para encontrar respostas e impedir que o mundo que conhecemos seja destruído.
Bertran Zobrist, geneticista, seguidor do pensamento de Thomas Malthus, no clássico “Ensaio sobre o Princípio da
Inferno - Resenha e Crítica
Marcus Martins
10 de Setembro de 2013



População”, de 1798, onde conclui que a produção de alimentos cresce em progressão aritmética, enquanto a população humana cresce em progressão geométrica, decide, de forma taxativa, que a nossa espécie está à beira da extinção. A menos que algum evento catastrófico que diminua drasticamente a superpopulação ocorra, nossa espécie não durará mais cem anos. Zobrist, então, está empenhado em “salvar” a espécie humana e semear a futura cultura pós-humana a qualquer custo.
Apesar de sua memória incrível e seu conhecimento impressionante de história, história da arte e simbologia, nessa “aventura” ele é prejudicado por estar ferido na cabeça e não se lembrar dos últimos acontecimentos nem o que está fazendo em Florença, Italia.
O romance segue a mesma linha dos anteriores, onde o personagem é inserido num mistério e precisa ajudar as autoridades a resolver algum tipo de problema, dessa vez realmente subindo de forma escalonada o nível de perigo que esse mistério representa, pelo possível extermínio de 2/3 da população humana. Também clássico em seus livros são as mulheres, ou no caso, mulher que surge em seu caminho e o auxilia em sua busca.
O que realmente difere de suas obras anteriores é o excesso de descrições históricas de todos os tipos, longas descrições de construções históricas, obras de arte, textos e pessoas, que, apesar de servir para situar os leitores em alguns momentos chega a ser cansativo, principalmente se você é aquele tipo de leitor que gosta de ver e pesquisar mais sobre as citações.
E o ponto alto na minha opinião, claro, é o tema principal abordado pela trama do livro, a SUPERPOPULAÇÃO, onde o leitor é levado a questionar, e muito, o que é bom e o que é mal, e, por assim dizer, sua eterna batalha, “bem x mal”, se os meios justificam os fins ou o fim justiça os meios. E nisso também posso concluir o final surpreendente, muito bom.
Apesar de que continuo achando que o Autor perdeu alguma coisa, ou que falta algo nessa fórmula mágica que não se repetiu desde o “O Código Da Vinci” o livro vale a pena ser lido, eu o considerei melhor que “O Símbolo Perdido” e muito melhor que “Anjos e Demônios”.
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