Bastante corajoso e um pouco perigoso, assim que eu defino o Guia Politicamente Incorreto da Filosofia. Tal como seus antecessores, o Guia Politicamente Incorreto da América Latina e Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil, ambos escritos pelo editor Leandro Narloch, este novo guia desconstrói várias ideias consideradas únicas e aceitáveis sobre vários aspectos filosóficos.
Com 224 páginas, foi publicado pela editora LeYa em 2012, e o terceiro da coleção Politicamente Incorreto foi escrito por Luiz Felipe Pondé.
Li na orelha do livro alguns pequenos trechos da obra, que sem dúvida foram deixados ali com o propósito de instigar, por exemplo: “O futuro do mundo é ser brega” e “somos basicamente covardes porque a vida é basicamente infeliz”, e fiquei um pouco intrigado com essas afirmações, assim, comecei a ler o livro pra, quem sabe, compreender tais afirmações.
Se levarmos em consideração o aviso dado pelo autor já no primeiro capítulo (de que ele vai destruir vários pensamentos politicamente corretos), a leitura do livro tende a ser mais interessante. Principalmente para aqueles que apreciam esse tipo de obra que busca mudar a forma como enxergamos as coisas. E ainda que este seja o ponto primordial da série “Politicamente Incorreta”, é de grande coragem da editora, bancar um projeto assim, que muda a o formato de algo repleto de dados históricos para pensamentos filosóficos bastante controversos.
Guia Politicamente Incorreto da Filosofia
Marcus Martins
02 de Abril de 2014


Incomodar, tocar na ferida, é justamente a intensão do autor. Descritos como “ensaios de ironia”, cada capítulo aborda um tema polêmico da sociedade “politicamente correta” em que vivemos. Governos atuais, religião, feminismo, otimistas e outros assuntos são trazidos e analisados por Pondé, todos embasados em grandes nomes da filosofia e em experiências pessoas do autor, com interessantes analogias. O ritmo da leitura também é muito bom e rápido, o que ajuda bastante por se tratar de uma obra sobre filosofia. O autor aproveita bem as páginas e descarrega todo seu veneno com diversas frases memoráveis a cada punhado de parágrafos, mesmo que às vezes ele passe um pouco do limite ao reduzir demais a humanidade. Mas nada que atrapalhe o entendimento total do livro.
Durante a leitura, algumas ideias tidas quase como verdades absolutas pela massa são destruídas pelo autor, sem piedade. A linguagem do texto é fácil e gostosa de acompanhar, chegando a ser divertida, mas sem deixar de ser acusadora, crítica e coerente com os temas que aborda.
Livro ideal para os cansados de apenas escutar e concordar (ou nem tanto) com a opinião geral. Sem dúvida, muita gente ao ler os textos, se sentirá incomodada por se identificar com os “criticados” ou pronta para adentrar o grupo dos “Revolts”. Os outros mais céticos, terão um motivo e alguns argumentos a mais pra debater com os bobocas (palavra do autor) da “bolha de consciência social”.
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