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Esperanto FAQ (Parte 2/2)

                   

 

                    Luĉjo

                              01 de Novembro de 2013

Esperanto: Perguntas Frequentes

 

Depois de um considerável hiato nas publicações devido a meu trabalho que estava tomando todo meu tempo, volto aqui com minha prometida série de respostas à perguntas (e comentários) frequentes relacionadas ao Esperanto.

 

Reuni aqui uma lista das mais frequentes (e pertinentes) perguntas que já me fizeram, que vi fazerem pela internet, ou que eu fiz a mim mesmo ao longo do meu processo de estudo.

 

Espero que, com esta lista, já seja possível sanar boa parte das dúvidas, mas fico à disposição caso tenham algo mais para perguntar.

Enfim, vamos à continuação delas:

5. O Esperanto soa artificial, e eu sei porque ouvi.

 

Grande maioria das pessoas, quando inicialmente ouve sobre a existência do Esperanto e que é um idioma “planejado”, já fica com a sensação se que ele é “artificial”. Já sabemos que o termo “artificial” é mal empregado aqui, pois todas as línguas foram criadas pelo homem, logo são “artificiais”. As línguas nativas, claro, evoluíram ao longo dos séculos, de forma “natural”. Bom, o Esperanto também. Novas palavras foram incluídas e a forma de se falar fluentemente Esperanto foi ficando melhor estabelecida.

 

Porém, quando alguém fica curioso e decide ver um vídeo sobre o Esperanto, pode não gostar do que ouvir. Isso é por causa da facilidade do Esperanto, que acaba por se tornar culpada por esse fenômeno. Diferente de um idioma nacional, um estudante de Esperanto pode começar a puxar conversa com outros Esperantistas em duas semanas de estudo diário ou menos. O vocabulário dele será mais limitado, mas ele já conhece a estrutura básica de todo o idioma. Porém, como todo iniciante, as palavras não vem à mente, ou a pessoa fala de forma “quadrada”, certinha demais, parecendo um robô. Um aluno de inglês, alemão, ou o que for, falaria do mesmo jeito.

 

A questão é que como essas pessoas já conversam, algumas simplesmente param de estudar, pelo menos seriamente, pois para elas “aquilo já é o bastante”. Isso é o fenômeno do “eterna komencanto” (o iniciante eterno), que é a pessoa que fala Esperanto às vezes há anos, mas fala como um iniciante porque nunca foi atrás de aperfeiçoar.

 

Por um lado, é sensacional imaginar que um iniciante consegue sair usando o idioma e se virar muito bem sem mais esforço nenhum nos estudos. Por outro lado, isso faz com que hajam muitos, muitos Esperantistas assim. Vídeos na internet frequentemente serão sobre eventos ou congressos, que são cheios de iniciantes ou pessoas que curtem o idioma para conhecer pessoas do mundo todo, logo muitas das pessoas falando nesses vídeos falam assim. Basta procurar um pouco melhor, ou ver vídeos de aulas e ouvir os professores falando que você verá que o Esperanto “bem falado” não é nada artificial. Pode não ser do seu agrado, mas isso não quer dizer que soe artificial. O fato de ser uma língua toda regular é alvo de crítica por aqueles que acusam o Esperanto de ser artificial, mas esse argumento também não faz sentido. Existem diversas línguas incrivelmente regulares (japonês só possui 2 verbos irregulares e pouquíssimas conjugações), e não vejo as pessoas dizendo que soam artificiais.

 

Para encerrar este tema, gostaria de compartilhar um link de um artigo (em inglês) sobre a artificialidade do Esperanto, com um vídeo muito divertido em Espanhol de um comediante que fala que “a língua mais falada na Espanha é o ‘inglês de nível regular’”:

 

Clique aqui para acessar o link

 

6. Esperanto não é uma língua verdadeira porque não tem cultura.

 

Já abordei este tema na minha introdução ao Esperanto, mas não podia deixar de incluir nesta lista, já que é um argumento frequente. A resposta para este argumento, porém, é curta e simples: Esperanto tem história, literatura, poesia, música, teatro, cinema, jornais, revistas, piadas, etc. como qualquer outro idioma. Se isso não é cultura, eu não sei o que é. Aliás, o Esperanto não só possui sim sua própria cultura, como é uma cultura única e especial, pois é uma cultura 100% internacional. Seus livros, poemas, músicas e afins são criados por pessoas de todos os países e etnias, que usam o Esperanto para expressar seu próprio jeito de ser.

 

Um escritor não precisa “recriar” sua mente ou “entrar nos moldes” do Esperanto para escrever (como ele teria que fazer em inglês ou português, por exemplo), ele é livre para pensar da mesma forma que sempre pensou, e passar aquelas ideias para o papel. Línguas nacionais não deixam você sair do A e chegar no B, você precisa passar pelo C, D e E antes pois é assim que o idioma funciona. Em Esperanto, você pode “criar uma linha reta” de um pensamento para o outro sem dificuldades. É justamente por isso que, além de traduções, muitos escritores escreviam (e escrevem) diretamente em Esperanto, pois encontraram nesse idioma uma liberdade artística que suas línguas nativas não permitiam.

 

7. Os Esperantistas são todos fanáticos

 

Não, não são. Existem fanáticos para tudo que existe, e o Esperanto não é uma exceção, mas não podemos generalizar. O que acontece é que quem gosta do Esperanto, em geral, fica empolgado com a ideia e se movimenta para divulgar e atrair mais gente, mas não porque é uma seita religiosa onde quem não faz parte é um herege, mas simplesmente porque é muito divertido, útil, e pode ajudar em diversas questões mundiais.

 

O que é um pouco verdade, é que muitos Esperantistas gostam de usar Esperanto para falar sobre… Esperanto. Isso é criticado por muitos Esperantistas, como eu, e não é representativo do conteúdo do idioma. Nestes textos que estou escrevendo, eu mesmo estou falando sobre o Esperanto, mas apenas porque senti a necessidade de divulgar explicações completas e confiáveis para quem tem interesse ou curiosidade. Porém, a parte mais fascinante do Esperanto (com a qual tenho contato diário), é justamente a de utilizá-lo para todos os temas possíveis. A literatura em Esperanto é particularmente fascinante para mim, não só a original, mas as traduções de obras clássicas ou que foram originalmente escritas em línguas que eu não sei e que nunca foram traduzidas para as que eu sei.

 

No fundo, é uma questão do foco de cada um. Se você quer usar Esperanto para falar de Esperanto, você pode. Se você quiser usar para viajar e conversar sobre o sentido da vida com pessoas do mundo todo, você também pode. O tamanho do seu mundo é você que decide; eu, particularmente; nunca gostei de viver numa bolha e foi precisamente por isso que aprendi Esperanto, e não me arrependo nem um pouco.

 

8. Se é tão bom assim, porque tão pouca gente fala Esperanto?

 

Esta é a última questão que abordarei neste momento, e é também frequentemente a última coisa que me perguntam depois que tiro todas as dúvidas já abordadas aqui de alguém que me pergunte sobre o Esperanto.

 

Um dos motivos é exatamente isso: essas perguntas. Muitas pessoas já assumem a existência de um (ou todos) esses problemas no Esperanto e deixam de aprendê-lo. Se todas as pessoas que ouvissem falar do Esperanto estudassem por pelo menos uma semana antes de julgá-lo, haveriam muitos Esperantistas novos todos os dias.

 

O mundo de hoje, com toda sua tecnologia e acessibilidade trouxe inúmeros benefícios ao Esperanto. Hoje você pode ler sobre o idioma nos sites de associações no mundo todo, em inúmeras línguas, e começar a aprender pela internet mesmo, sem gastar nada. Sites como “Lernu” e “Kurso de Esperanto” fornecem material completo e de qualidade, sem custo algum, e ensinam o bastante para você atingir diversos níveis de proficiência sem precisar de outros materiais.

 

Por outro lado, a internet também deu a todos a liberdade de dizer sua opinião sobre tudo, mesmo quando sem nenhum embasamento em fatos, mesmo quando é pura especulação ou questão de gosto pessoal. O que isso faz, é que uma pessoa que pesquise sobre o Esperanto caia facilmente em sites ou fóruns com discussões contra o Esperanto, fazendo com que alguns percam o interesse. Há também o problema de que hoje em dia as pessoas tendem a querer tudo “pra já”, então, para alguns, ler um site ou uma opinião já serve como decisão final ou fato consumado.

 

 

Conclusão

 

Espero que minha abordagem dos temas acima tenha ajudado a sanar pelo menos boa parte das dúvidas daqueles que se interessaram e leram os meus textos até agora. Minha intenção é chamar a atenção do público Gong em geral para o Esperanto, e chamar a atenção do universo Gong para os Esperantistas em geral também.

 

Como pude mostrar, todos esses argumentos comuns possuem falhas graves na sua base ou então são baseados em fatos incorretos. É triste, e é de longe uma das coisas que mais me frustra. Logo, se você leu meus textos e tem interesse em aprender ou então tem alguma dúvida, não hesite em comentar e ficarei feliz em responder!

 

Agora que já fiz minha introdução ao idioma e expliquei alguns fatores constantemente questionados, pretendo escrever textos 100% em Esperanto sobre diversos temas pertinentes à este site. Convido a todos que se interessam pelo idioma a aprenderem e usarem meus textos como prática de leitura (ler algo que interessa é essencial no aprendizado de um idioma) e me coloco à disposição para aqueles que estiverem estudando e tiverem dúvidas ao longo do processo.

 

Continuarei a escrever esporadicamente em português com mais aspectos interessantes relacionados ao tema, então se você gostou destes textos não se preocupe que haverá mais!

 

Ĝis revido!

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