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                 Eric Diaz

Uma Introdução

26 de Fevereiro de 2013

A cada dia que passa, as formas predominantemente físicas de disseminação de entretenimento (e outros tipos de conteúdo) – como livros, CDs, blu-rays, etc – cedem espaço a formas predominantemente digitais, como e-books, mp3, streaming, etc.

A tendência é natural e praticamente irrefreável. Cory Doctorow, por exemplo, no seu livro “Content” (gratuito e altamente recomendável, embora já esteja um pouco desatualizado), observa que a mídia mais democrática, ou seja, a de mais fácil reprodução, sempre acaba predominando, mesmo sobre aquelas que, por exemplo,  reproduzem o conteúdo com maior fidelidade ou beleza. Daí a vitória dos CDs e até fitas cassete sobre os discos de vinil, para a revolta dos audiófilos, por exemplo.

As velhas mídias não desaparecem, mas apenas se tornam minoria. Ainda hoje os fetichistas dos discos de vinil podem completar suas coleções, e talvez com maior facilidade e menor custo do que antigamente, mas nunca mais uma nova música terá mais cópias em vinil do que em mp3 ou outra forma digital.

A tecnologia, é claro, é uma faca de dois gumes para a indústria do entretenimento. Enquanto grandes redes de livrarias vão à falência e lojas de CDs se tornam raridades, empreendedores da era digital criam novas formas de lucrar com as inúmeras possibilidades existentes e vindouras. A própria democratização das mídias, embora seja uma benção para a humanidade como um todo, traz vantagens e desvantagens para aqueles que vivem de sua comercialização.

Livros e músicas, por exemplo, podem vender infinitas cópias com custo adicional ínfimo ou inexistente para o produtor, além de terem seus custos iniciais significativamente diminuídos ante a desnecessidade de calcular tiragens e edições. Surgem investimentos de retorno garantido, por meio de mecanismos de financiamento coletivo como o Kickstarter. As formas de marketing se multiplicam e ficam cada vez mais dirigidas e eficientes, e os produtores tem um conhecimento cada vez maior acerca dos gostos e hábitos dos consumidores, possibilitando até que se ofereça preços diferenciados para cada tipo de consumidor (grandes empresas americanas como a Staples cobram mais em suas lojas online se descobrem, por meio do CEP do cliente, que não há uma loja concorrente perto dele).

Quanto às desvantagens para a indústria, uma das mais citadas é a pirataria. Copiar um filme, uma música ou livro se torna uma operação de custo zero também para o consumidor. O dano, no entanto, não se resume a isso: as empresas se veem obrigadas a não apenas competir com produtos sem preço, mas que muitas vezes são mais rápidos e acessíveis do que suas versões legais. Muitos consumidores que ficariam felizes em pagar por algo que apreciam acabam adotando a pirataria porque a versão oficial não está disponível no presente momento e local, ou porque demanda maior tempo ou esforço, que para muitas pessoas são recursos mais valiosos do que dinheiro.

A tecnologia também causa inúmeras outras dificuldades para a indústria, como a divulgação instantânea de quaisquer deslizes nas mídias sociais e a onipresença da concorrência – coisas que, por outro lado, tendem a fortalecer e aprimorar a qualidade dos serviços.

O resultado final parece positivo: nunca tanta informação esteve disponível para tantos por tão pouco e, embora a sobrecarga também cause efeitos indesejáveis, os resultados positivos da disponibilidade do conhecimento certamente superam essas vicissitudes.

A indústria, evidentemente, não mede esforços para maximizar os ganhos proporcionados pela tecnologia e minimizar seus efeitos deletérios. Nesse empreitada, eles tem instrumentos e incentivos que este colunista mal pode sonhar para solucionar muitas das questões levantadas na atualidade: quanto cobrar por algo que tem custo adicional igual a zero? Vale a pena disponibilizar de graça parte do produto, ou mesmo o produto inteiro, em troca de notoriedade? Os ganhos financeiros de discriminar, vigiar ou até processar os consumidores superam as perdas causadas pelas inevitáveis críticas quanto a tais métodos?

Como se vê, em muitos casos o avanço será benéfico ao consumidor, e em outros nem tanto, mas as decisões da indústria serão tomadas por critérios eminentemente econômicos, inclusive por pessoas que estudam a fundo os efeitos dessa decisões – ou mesmo por “tentativa e erro” e pela evolução natural do mercado.

No entanto, ao contrário desse colunista, muitas vezes a indústria não tem interesse em divulgar suas conclusões e o resultado de suas pesquisas.

A presente coluna visa discutir essas vantagens, possibilidades e desafios surgidos com as novas formas de propagação de conteúdo online, por meio de exemplos hipotéticos, análises de casos concretos e uma boa dose de raciocínio abstrato.



A primeira série de artigos trará ideias para agradar o consumidor e agregar maior valor ao produto ou serviço, sob a luz das novas tecnologias. Artigos futuros tratarão das novas formas de financiamento, produção, marketing, monetização e fidelização.

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