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Escrito pelo roteirista de tevê Jovane Nunes, o livro, repleto de sátiras e humor rasgado, mistura o Romantismo nacional com a característica malandragem brasileira. Fazendo uso de apenas 20% da obra original “A Escrava Isaura” (publicado originalmente em 1875), de Bernardo Guimarães (1825 – 1884), da crescente aparição dos vampiros e muita ironia surge essa obra de Terror Ficção Comédia, criando assim uma nova história com os mesmos elementos: a escrava branca, o cruel dono de escravos e a luta de classes sociais.

 

Com 167 páginas, A Escarava Isaura e o Vampiro foi publicado pela editora LeYa em 2010 é o lançamento do selo Lua de Papel, que insere elementos da literatura fantástica a clássicos da literatura.

 

A idéia central da história original – uma escrava branca que sofre nas mãos de seu apaixonado “senhor” – está lá, mas vira uma verdadeira comédia: a protagonista é uma linda e faceira jovem que tem como hobby tocar Rachmaninoff (pianista e compositor Russo) ao berimbau, enquanto o vilão o senhor vampiro tem seus planos frustrados caminhando numa comédia de erros e exageros. As descrições físicas dos personagens são baseadas nos atores que interpretaram a adaptação da trama de Bernardo Guimarães para a tevê, os lendários Rubens de Falco e Lucélia Santos, e o grande mocinho da história, Álvaro (apelidado como o “Rambo do mangue”), é dono da empresa processadora de alhos Alvaralho.

A Escrava Isaura e o Vampiro

                   

 

                    Marcus Martins

                              02 de Dezembro de 2013

Em diversos momentos o autor se afasta da história e começa a “viajar” em assuntos que nada tem haver com a história, porém, isso não torna a leitura enfadonha ou cansativa, muito pelo contrário, torna mais divertido a leitura. Além de que existe também um anacronismo exorbitante,  existem táxis, lutadores de jiu-jítsu e mendigos dormindo sobre papelões em uma história que se passa em pleno Brasil colonial. A desconstrução e construção da história ficam às claras, com o narrador brincando o tempo todo com o leitor, seja chamando-o ao texto por diversas vezes ou adiantando acontecimentos da história. Sim, spoilers dentro do próprio livro, loucura, loucura, loucura.

 

Se você quer um livro descontraído, engraçado e despretensioso, para passar o tempo, tenho certeza que vai gostar (e rir muito) com essa obra, Não se espante se você começar a rir sozinho no meio da rua, a diversão que “A Escrava Isaura e o Vampiro” proporciona é assustadora!

 

Para uma breve degustação do humor contido no livro é preciso informar que o autor faz muita piada com o excesso de descrições e demais características da obra, que pertence ao período do Romantismo, que exalta a natureza, a sensibilidade e a beleza. Tanto que o livro conta com um breve e improvável "guia para a leitura" que deixo disponível abaixo:
 

Guia para leitura

 

O Romantismo na literatura brasileira é aquele movimento que começa em 1836, com o lançamento do livro Suspiros Poéticos e Saudades; e vai até o lançamento de Memórias Póstumas de Brás Cubas, em 1881. É um movimento marcado pelo subjetivismo, escapismo, sentimentalismo exacerbado, vontade de se suicidar e culto à natureza. O índio, o camponês e o escravo, sempre idealizados, eram os heróis e protagonistas dos romances românticos. Isaura, por exemplo, sabia falar francês e tocar piano. O Romantismo era a vontade, o sonho de mundo onde o ideal vence no final. Para entender melhor, o romantismo é o mesmo que o estilista Clodovil Hernandes, com sapatos bicolores e terno bordado em cristais, cantando "Fascinação" num karaokê da Paulista.

 

Este livro que você está prestes a se aventurar a ler é uma obra romântica, portanto bela. Nas próximas páginas, tudo deverá ser encantador e pueril. Ao ler, tente ouvir a narração pela voz de um locutor de FM, desses que fazem traduções de músicas americanas. Também é preciso dizer que, tratando-se de um livro meigo e, terno, o leitor deixe para depois a curiosidade pornográfica e com o que resta de saudável em sua imaginação, ajude-me na confecção da obra. Se a descrição dos lugares e caracteres não estiver suficientemente frufru, desconsidere e pinte você mesmo o quadro. Acrescente, a gosto, muitos adjetivos além dos que coloco. Não existe prosa romântica sem adjetivos.

 

Atenção! Vamos começar a narrativa.

 

E com esse guia tem início o livro recomendado para boas horas de diversão com clássico da literatura.

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